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Juros nos EUA podem cair ainda em 2025 — e isso muda o jogo para os investimentos

Juros nos EUA podem cair ainda em 2025 — e isso muda o jogo para os investimentos

A economia dos Estados Unidos deu mais um sinal de desaceleração: o número de vagas de emprego abertas caiu para 7,2 milhões em março, abaixo dos 7,48 milhões registrados em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho norte-americano. A leitura reforça as apostas de que o Federal Reserve (Fed) poderá iniciar um ciclo de cortes na taxa de juros ainda este ano.

Atualmente, os juros americanos estão na faixa entre 4,25% e 4,50%. A expectativa do mercado é de ao menos dois cortes de 0,25 ponto percentual ao longo de 2025 — o que, se confirmado, pode impulsionar ativos de risco ao redor do mundo, incluindo as bolsas de valores.

Para Felipe Uchida, sócio da Equus Capital, o dado mais fraco de geração de vagas, somado às incertezas criadas pelas políticas do governo Trump — como tarifas comerciais e cortes em áreas do setor público —, tende a limitar a criação de novos postos de trabalho em setores como varejo, manufatura e consumo.

“A tendência é que o Fed atue para sustentar o crescimento, reduzindo os juros gradualmente”, afirma Uchida.

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Juros em queda: impacto direto nos investimentos

A perspectiva de juros mais baixos favorece especialmente ativos de renda variável, como ações, ETFs e fundos imobiliários (REITs). No Brasil, o Ibovespa subiu 0,74% após a divulgação dos dados, refletindo o maior apetite por risco por parte dos investidores.

Para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, um enfraquecimento da economia americana também tende a pressionar o dólar para baixo, incentivando movimentos de alocação em ativos reais.

“No Brasil, isso fortalece a tese de investimentos em imóveis e ativos de renda passiva, que tendem a se valorizar com o dólar menos pressionado e a inflação global em desaceleração”, comenta.

Onde alocar com o corte de juros nos EUA?

Com o início de um ciclo de queda nos juros americanos, setores como tecnologia, small caps e o imobiliário tendem a ganhar fôlego — tanto no mercado local quanto internacional. Segundo análise da gestora de ETFs Investo, juros mais altos costumam penalizar esses setores, já que o custo de capital mais elevado dificulta o financiamento de empresas menores e impacta diretamente o setor de imóveis.

Na expectativa de uma virada no cenário monetário, essas classes de ativos ganham potencial de valorização. “Os ETFs como SVAL11 e ALUG11, que investem respectivamente em small caps dos EUA e REITs, são boas opções para quem deseja aumentar a exposição a ativos internacionais”, afirma a gestora.

Além disso, empresas com histórico de crescimento e forte presença no mercado americano — especialmente em tecnologia e consumo — tendem a atrair capital num ambiente de maior liquidez. A diversificação, nesse cenário, passa a ser não apenas recomendável, mas estratégica.

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