
O dólar encerrou esta terça-feira (6) em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,7108, superando o nível de R$ 5,70 pela primeira vez em mais de dez dias. A moeda oscilou entre a mínima de R$ 5,6935 e a máxima de R$ 5,7374, refletindo o aumento da cautela dos investidores às vésperas da chamada “Super Quarta”.
Após o rali do real no final de abril — quando o dólar caiu por oito sessões consecutivas —, o mercado passou a adotar uma postura mais defensiva, em meio à expectativa por decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, registrava queda de cerca de 0,60% no fim da tarde, sendo negociado em torno dos 99,200 pontos. No acumulado de 2025, o indicador já recua mais de 8%.
Apesar do enfraquecimento global da moeda americana, o real, ao lado do peso colombiano e de algumas moedas asiáticas, foi exceção entre as divisas emergentes, apresentando desvalorização. Segundo analistas, o real continua sendo utilizado por investidores estrangeiros como instrumento de hedge em momentos de maior instabilidade global.
Leia também:
Dólar hoje: confira a cotação atualizada
IPCA hoje: veja o valor atualizado
Sem catalisadores locais, mercado se antecipa à Super Quarta
Na avaliação de operadores, o movimento do câmbio foi influenciado por ajustes de portfólio e proteção cambial antes das decisões de juros desta quarta-feira (7). A ausência de avanços concretos nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos também contribui para o clima de apreensão.
Expectativas para juros nos EUA e no Brasil
O Federal Reserve (Fed) divulga amanhã sua decisão de política monetária, com ampla expectativa de manutenção dos juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. O foco, porém, recai sobre o discurso do presidente Jerome Powell e o tom do comunicado. “É esse conteúdo que vem mexendo com os mercados desde o início da semana”, destaca Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.
No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será divulgada após o fechamento do pregão. A maioria dos analistas projeta uma elevação de 0,50 ponto percentual na Selic, para 14,75% ao ano. No entanto, o que mais deve influenciar os mercados é o tom do comunicado: se o Banco Central dará pistas sobre os próximos passos ou manterá uma postura mais dependente dos indicadores econômicos.