O Bradesco (BBDC4) apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 5,9 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 39,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho superou as expectativas do mercado, impulsionado pelo crescimento das operações de crédito garantido, expansão da margem financeira com clientes e controle da inadimplência.
Segundo a XP Investimentos, o banco mostrou resultados sólidos, com o retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (ROAE) subindo para 14,4%, ante 11,7% no último trimestre de 2024. Os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães destacam que o plano de transformação em curso no Bradesco continua avançando, mesmo diante do cenário macroeconômico desafiador, embora ponderem uma possível desaceleração no ritmo de recuperação.
O BTG Pactual também classificou o balanço como positivo, ressaltando que o resultado ficou 12% acima de suas projeções. Entre os pontos de destaque estão o crescimento de 15% na margem financeira com clientes (NII) na comparação anual, além do avanço das receitas provenientes de tarifas e seguros, que subiram 10% e 30%, respectivamente. A carteira de crédito expandida alcançou R$ 1 trilhão, com crescimento de 12,9% em 12 meses, e com maior concentração em linhas garantidas.
A inadimplência acima de 90 dias manteve-se estável em 4,1%, com moderada piora nas carteiras de grandes empresas, sem impacto significativo no varejo e nas pequenas e médias empresas. As despesas operacionais, apesar dos efeitos das aquisições da Cielo e do banco John Deere, apresentaram melhora no índice de eficiência, que recuou 350 pontos-base para 49,7%. O segmento de seguros registrou lucro líquido de R$ 2,4 bilhões, com ROAE de 22,4%, e a área bancária respondeu por 58% do lucro consolidado.
Ao final do período, os índices regulatórios mostraram fortalecimento, com o índice de capital principal (CET1) atingindo 11,1% e o índice BIS em 15,4%. Diante desses resultados, o Bradesco inicia 2025 em trajetória positiva, contudo, os analistas seguem atentos à execução do profundo plano de reestruturação para avaliar a sustentabilidade desse crescimento.
