
O fundo imobiliário SNEL11, gerido pela Suno Asset com foco no investimento em energia renovável, inicia nesta semana sua quarta oferta de emissão de cotas. O objetivo é captar até R$ 637,8 milhões, através da subscrição de até 76,7 milhões de novas cotas ao preço de R$ 8,60 cada.
O investimento é formado pelo preço da cota, de R$ 8,32, acrescido de taxa de distribuição de R$ 0,28 por cota. Essa iniciativa visa ampliar o patrimônio do fundo, que já soma R$ 311 milhões a partir dos recursos captados nas três ofertas anteriores.
Segundo o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o encerramento do pregão desta quarta-feira (23) marcará a definição do direito de preferência dos investidores, no fator de duas cotas para cada uma já detida. O exercício dos direitos de preferência estará disponível na B3 a partir de 25 de julho até 6 de agosto, com a operação podendo ser negociada até 7 de agosto pelo escriturador.
Com valor de emissão acima do preço patrimonial do fundo, de R$ 8,12, a estratégia busca ampliar significativamente a base de investidores e os recursos captados. Em sua história, o SNEL11 tem utilizado esses recursos para desenvolver e adquirir usinas de energia limpa.
Histórico de investimentos e desempenho do SNEL11
Desde sua estreia, o SNEL11 tem concentrado seus recursos em unidades de geração de energia solar. Os recursos obtidos na oferta inicial serviram a construção de quatro empreendimentos, todos já em operação e com ajustes contratuais recentes para incrementar a receita (leia abaixo). Já as usinas construídas com a verba captada na segunda oferta que aguardam detalhes técnicos e legais para início da geração de receita.
A estratégia da Suno Asset mudou na terceira emissão, e os recursos foram investidos na aquisição de seis empreendimentos em funcionamento, buscando valor agregado em um cenário de custos elevados de construção e uma taxa Selic em patamar elevado — atualmente em 15% ao ano, o maior em 19 anos.
Segundo o prospecto da oferta, o valor da nova captação poderá ser investida em 22 empreendimentos, sendo 18 já existentes e quatro em construção, todos voltados à geração de energia limpa. .
Ajustes contratuais nas usinas da primeira emissão
O SNEL11 concluiu na semana passada uma importante etapa de realocação contratual relacionado às unidades de geração da UFVs Petrolina, em Pernambuco, e Itabira, em Minas Gerais. Essas mudanças fazem parte de uma estratégia de otimização de receitas e redução de riscos operacionais, alinhada à gestão ativa do portfólio do fundo.
No âmbito dessas ações, um dos principais acordos foi um distrato parcial com a Lemon Energia, que até então ocupava as quatro unidades de geração em Petrolina. A Lemon seguirá ocupando as unidades 1 a 3, enquanto as unidades 2 e 4 passarão a ser ocupadas pelo Consórcio Geração Solar 1, com interveniência da Setta Energia Investimentos Ltda.
Os contratos foram firmados sob a modalidade “Take or Pay”, com duração de 10 anos e previsão de período de carência de quatro meses, para facilitar o início das operações pelas novas locatárias, conforme esclarece a Suno Asset.
Na mesma linha, o fundo também rescindiu contrato com o Consórcio Energia Livre, relativo à ocupação da UFV Itabira, a pedido da própria locatária. Como parte do acordo, foram concedidos descontos pontuais nas faturas de março e abril de 2025 e uma previsão de reembolso total do valor de R$ 2.632.889,74, em parcelas ao longo de 30 meses, começando pelas seis primeiras, que representam cerca de 40% do montante.
Para o novo contrato de locação da UFV Itabira, o SNEL11 firmou acordo com o Consórcio Omega GD 6, gerido pela Serena Geração S.A., cujo período inicial é de cinco anos, renovável por períodos iguais. O acordo preza por uma modalidade de energia compensada, porém com uma estrutura que concentra os riscos de inadimplência na locatária, buscando maior previsibilidade de receitas imobiliárias.
Segundo a gestora, essa estratégia visa aumentar a previsibilidade e estabilidade de receitas do fundo, além de promover a mitigação de riscos operacionais. Assim, o SNEL11 busca fortalecer sua política de gestão ativa, buscando maior segurança nos fluxos financeiros provenientes de investimentos em energia renovável.
Nesta semana, além dos próximos passos da oferta, o SNEL11 distribui os dividendos de junho, de R$ 0,10 por cota, marcando o 13º pagamento consecutivo nesse valor. O dividend yield anualizado, com base no preço atual das cotas, é de 14,18%.