O fundo de agronegócio Fiagro RURA11 reportou lucro contábil de R$ 20,8 milhões em setembro, avanço de 50,7% frente aos R$ 13,8 milhões de agosto. As receitas permaneceram estáveis em R$ 22,5 milhões no período, refletindo consistência operacional mesmo com ajustes pontuais na carteira. Esse desempenho reforça a trajetória de recuperação do fundo e sustenta perspectivas de continuidade no ciclo de distribuição.
Como resultado, a gestão elevou a distribuição para R$ 0,11 por cota, o maior patamar em 16 meses. O rendimento representa retorno anualizado de 13,6% sobre o valor patrimonial e 17,1% sobre a cotação de mercado de setembro, isento de IR para pessoa física. Essa política de proventos foi favorecida pela maior eficiência na alocação e pelo controle de risco da carteira.
A administração afirmou que pretende manter incrementos graduais nos próximos meses, condicionados à estabilidade das condições de mercado. Além disso, o fundo seguirá reforçando a reserva de lucros, buscando preservar a previsibilidade das distribuições ao longo do ciclo agrícola. A disciplina na gestão de caixa permanece como pilar para sustentar a estratégia.
Ao fim de setembro, 93% do patrimônio líquido estava alocado em operações de crédito rural, com 63 devedores distribuídos por diversas regiões e cadeias produtivas. Essa diversificação reduz riscos idiossincráticos e amplia a resiliência do portfólio frente a choques setoriais. Entre as posições, há exposição a produtores, cooperativas e agroindústrias com diferentes perfis de risco.
Em setembro, houve redução da exposição à Hohl para reequilibrar a representatividade individual na carteira. A Usina São Domingos antecipou o pagamento de um CRA após melhora no perfil de crédito e captação em condições mais favoráveis, movimento que libera capital e diminui risco de concentração. Esses ajustes contribuem para aprimorar a liquidez e a qualidade média dos ativos.
A gestão segue monitorando quatro casos antigos — Consentini, José Lot, Portal Agro e Copagri — que somam 7,7% do patrimônio. A provisão para devedores duvidosos está em 3,0% do PL, patamar que considera o andamento dos processos e a recuperação esperada. Até o momento, não houve decisões judiciais relevantes que alterem a avaliação de risco. Com caixa robusto e governança de crédito, o Fiagro RURA11 mantém perspectiva construtiva para as próximas distribuições.
