A Caixa Econômica Federal prepara o lançamento de um fundo de investimento imobiliário para apoiar a recuperação dos Correios. Segundo o presidente da instituição, Carlos Vieira, a iniciativa utiliza o patrimônio imobiliário da estatal como base do veículo e busca equilibrar geração de caixa imediata com manutenção das operações essenciais da empresa pública.
O FII será estruturado no modelo de sale and leaseback, em que o fundo adquire os imóveis e os aluga de volta aos Correios. Com isso, a estatal levanta recursos à vista com a venda dos ativos e preserva o direito de uso das propriedades, assegurando continuidade operacional. Os cotistas do fundo imobiliário recebem dividendos decorrentes dos aluguéis.
Com patrimônio estimado em mais de R$ 5,5 bilhões, o portfólio inclui agências, centros operacionais e áreas estratégicas. Segundo Vieira, a maior parte dos imóveis segue em uso, o que sustenta a previsibilidade de receitas para o FII e mitiga o risco de vacância, elemento-chave para a atratividade do produto.
A Caixa aportará sua experiência na gestão de FIIs e no financiamento habitacional, fortalecendo governança, compliance e originação. A renda passiva projetada ao investidor tende a refletir contratos de longo prazo com a estatal, além de potencial valorização imobiliária, conforme a eficiência de gestão e a ocupação dos ativos.
Plano de reestruturação dos Correios inclui FII da Caixa
O FII integra um plano de reestruturação sustentado por três pilares: corte de custos, diversificação de receitas e reequilíbrio fiscal. O governo federal autorizou ainda crédito de R$ 20 bilhões via Tesouro Nacional para apoiar a recuperação. Essa combinação de capitalização e eficiência operacional busca reduzir pressões de caixa no curto prazo e criar bases para um ciclo de sustentabilidade.
A tese do fundo se apoia na qualidade dos imóveis, contratos atípicos de longo prazo e na credibilidade da Caixa como gestora. Para os Correios, o SLB libera capital imobilizado e melhora indicadores financeiros sem comprometer atividades. Para investidores, a previsibilidade de fluxos e a governança são diferenciais. Em síntese, o fundo imobiliário desponta como instrumento central para acelerar a retomada e harmonizar os interesses de mercado e do setor público.