O SNAG11, fundo de investimento agropecuário da Suno Asset, cravou recorde histórico ajustado por proventos nesta terça-feira (28), embalado pela forte valorização da soja no mercado internacional.
Em Chicago, a commodity tocou US$ 1.100 por tonelada, maior patamar em 12 meses, reforçando o apetite por ativos ligados ao agronegócio. O movimento indica maior confiança do mercado nas teses de renda variável agro, com liquidez e governança.
A alta do SNAG11 está ligada à expectativa de retomada das compras chinesas de soja americana, após um período de suspensão em setembro por tensões comerciais.
A reabertura parcial desse canal reduz incertezas e sustenta preços. Em paralelo, Brasil e Argentina seguiram absorvendo parte da demanda, o que diversificou origens e ajudou a equilibrar estoques globais. Esse pano de fundo tende a reduzir volatilidade e dar sustentação aos prêmios.
As projeções domésticas reforçam o cenário construtivo. Segundo IBGE e Conab, a safra e as exportações brasileiras caminham para marcas recordes até dezembro, com o primeiro levantamento da Conab indicando produção de grãos em 354,7 milhões de toneladas na safra 2025/26, alta de 0,8%.
A área plantada deve crescer 3,3%, alcançando 84,4 milhões de hectares, o que amplia a oferta e dá previsibilidade à cadeia. Esse contexto beneficia operações de originação e crédito do fundo.
Desempenho financeiro recente também contribuiu para o momento do SNAG11. Em setembro, o fundo registrou receitas de R$ 8,193 milhões frente a despesas de R$ 488,77 mil, mantendo eficiência operacional. Ao todo, distribuiu R$ 7,288 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,12 por cota, com dividend yield anualizado de 16,18%. A carteira permanece 100% adimplente, sem atrasos, sinalizando qualidade de risco.
Entre as diretrizes, a gestão indica manter R$ 0,12 por cota como referência de proventos nos próximos meses, apoiada na alta da Selic e em reservas robustas.
Essa disciplina de distribuição, aliada ao pipeline do agronegócio, tende a sustentar previsibilidade. O cenário de soja firme, somado à expansão da área e colheita recorde, reforça a atratividade do veículo.
Em síntese, o SNAG11 se beneficia do ciclo positivo da soja, de fundamentos operacionais sólidos e de uma estratégia de proventos estável. Para o investidor, o case combina renda com exposição ao agro, num mercado que volta a precificar a retomada da demanda chinesa e uma safra brasileira volumosa.