Negócios

Hapvida despenca 44% após balanço fraco e pressão de margens

Hapvida despenca 44% após balanço fraco e pressão de margens
Hapvida (HAPV3)

A Hapvida (HAPV3) liderou as quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (13), despencando 44,15% às 13h15, a R$ 18,25, após a divulgação do balanço do terceiro trimestre. O movimento refletiu a percepção do mercado de que, apesar do lucro positivo, a operação mostrou sinais de enfraquecimento relevantes. A leitura dos números indica pressão sobre margens, custos crescentes e piora de eficiência operacional.

No 3T24, a companhia reportou lucro líquido ajustado de R$ 338 milhões, alta de 12,7% na comparação anual. Entretanto, o Ebitda ajustado caiu 17,6%, para R$ 746 milhões, enquanto a sinistralidade subiu a 75,2%, sinalizando maior utilização dos serviços e repasse limitado de preços. Esses vetores comprimiram a rentabilidade e reforçaram preocupações com a tendência do curto prazo.

As cifras ficaram abaixo do esperado. O consenso LSEG projetava lucro de R$ 248 milhões e Ebitda de R$ 842 milhões, mas relatórios de bancos mencionaram deterioração operacional e riscos à expansão de margens. O lucro por ação ajustado recuou 38% ano a ano, para R$ 0,22, ficando 31% abaixo da estimativa do JPMorgan, o que reforçou o sentimento negativo sobre a geração de caixa.

O BTG Pactual classificou o trimestre como “muito fraco”, apontando uma combinação de fatores desafiadores. Segundo o banco, o Ebitda ajustado atingiu o menor nível em três anos, com 25% da perda atribuída à sinistralidade elevada, além de maiores despesas comerciais e custos administrativos. Itens não recorrentes, embora positivos, teriam mascarado parcialmente a fraqueza subjacente.

Ajustando esses efeitos, o BTG estimou Ebitda de R$ 613 milhões, cerca de 25% abaixo da sua projeção anterior. O banco cortou em 20% as estimativas de Ebitda para 2025 e reduziu o preço-alvo de R$ 67 para R$ 50, mantendo recomendação de compra por valuation, mas reconhecendo maior risco. A Hapvida fica, assim, dependente de melhora operacional consistente.

O JPMorgan, por sua vez, rebaixou a recomendação de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 52 para R$ 39. Os analistas destacaram adições líquidas limitadas, tíquete menor e sinistros per capita acima do previsto. Em meio à volatilidade, o foco recai sobre disciplina de custos, reajustes e execução para reverter a pressão sobre as margens da Hapvida.

ACESSO RÁPIDO

    Leia também