Os cotistas do BRCO11 aprovaram a aquisição de dois ativos logísticos por R$ 462,7 milhões, valor 13,5% abaixo dos laudos da Cushman & Wakefield de setembro de 2025. Os imóveis estão localizados em Simões Filho (BA) e Campinas (SP), reforçando a exposição do fundo a praças logísticas estratégicas no Nordeste e no Sudeste. A operação inclui terrenos para expansão em Viracopos, avaliados em R$ 66,9 milhões, o que amplia o potencial de crescimento do portfólio.
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) foi convocada porque os ativos pertencem a outros fundos da Bresco, exigindo aprovação específica para evitar conflitos de interesse. Proprietários de 27,77% das cotas participaram e votaram favoravelmente, conforme ata do administrador. A aprovação consolida a estratégia da gestora de reciclagem e fortalecimento do pipeline logístico do BRCO11.
Segundo a gestora, as projeções indicam incremento de 4,5% ao ano no resultado recorrente pelos próximos três anos, com impacto positivo na previsibilidade de caixa. Além disso, a distribuição de rendimentos deve crescer 2,8% ao ano nos próximos cinco anos, sinalizando reforço gradual no yield do fundo. A TIR esperada varia entre 26,8% e 35,9% em três anos, refletindo o desconto de aquisição e o potencial de valorização operacional.
Metade do pagamento será realizada em dinheiro e metade em cotas, pelo valor patrimonial, estrutura que preserva caixa e alinha interesses com os vendedores. O cap rate de 11,5% considera a receita dos próximos 12 meses, parâmetro atrativo em comparação ao histórico do segmento. A adição dos terrenos em Viracopos cria opção para expansões, o que pode elevar a renda futura do BRCO11.
BRCO11: veja detalhes dos imóveis negociados
O Bresco Simões Filho tem ABL de 26,5 mil m², ocupação de 100% e prazo médio de 2,3 anos, oferecendo estabilidade de receita no curto prazo. Já o Bresco Viracopos possui ABL de 87,1 mil m², ocupação de 88,7% e prazo médio de 4,5 anos, com 19 locatários e margem para ganhos de ocupação e revisões contratuais. Esses atributos sugerem potencial de melhoria operacional ao longo do ciclo.
Antes da operação, o BRCO11 tinha patrimônio líquido de R$ 1,868 bilhão em outubro, ou R$ 117,47 por cota. Com a nova aquisição, o fundo tende a ampliar escala e liquidez, mantendo disciplina de preço e foco em eficiência operacional.