O BRB (BSLI3) anunciou, por Fato Relevante, a substituição imediata de sua presidência nesta quarta-feira (19). Para o comando da instituição, foi nomeado Nelson Antônio de Souza, que passa a acumular a Diretoria Executiva de Finanças, Controladoria e Relações com Investidores. A troca ocorre um dia após decisões judiciais da Operação Compliance Zero afastarem os antigos dirigentes do banco.
A mudança marca um ponto crítico na governança do BRB, que busca estabilidade em meio a investigações e ajustes de gestão. O documento confirmou o afastamento do ex-presidente Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa e do diretor executivo Dario Oswaldo Garcia Júnior. Ambos deixam os cargos por determinação judicial, enquanto a administração interina se organiza para assegurar a continuidade operacional.
A indicação de Nelson Antônio de Souza ainda depende de aval da Câmara Legislativa do Distrito Federal e do Banco Central, etapas necessárias para formalizar a nova gestão. O acionista controlador efetuou a escolha em caráter emergencial, seguindo o rito legal para recomposição do comando e mitigação de riscos institucionais.
Nos últimos dias, o banco enfrentou uma sequência de eventos relevantes: afastamento judicial da antiga cúpula, contratação de auditoria externa independente para revisar operações com o Banco Master, esclarecimentos sobre bloqueio judicial e mudanças na indicação governamental para a presidência. Esses fatores reforçam o escrutínio sobre controles internos e transparência.
Para investidores, os principais pontos de atenção incluem governança diante do acúmulo de funções na alta administração, possível intensificação da supervisão regulatória e a incerteza até a conclusão da auditoria. Há também o potencial de risco reputacional decorrente das investigações, o que pode afetar percepção de mercado e custo de capital.
Apesar do cenário, o BRB afirma manter operações normais e plena conformidade regulatória. A instituição sinaliza foco na continuidade dos negócios, reforço de controles e cooperação com autoridades. A confirmação regulatória da nova liderança e os resultados da auditoria serão determinantes para restaurar a confiança e estabilizar as expectativas dos acionistas.