A Petrobras (PETR4) vai ampliar investimentos em combustíveis renováveis para sustentar sua fatia de 31% na matriz energética do Brasil até 2050. O anúncio foi feito por Magda Chambriard, presidente da estatal, durante o Eloos Energia, nesta segunda-feira (24), em Belo Horizonte. A executiva afirmou que a demanda por energia no país crescerá de forma expressiva e exigirá expansão coordenada da oferta.
Segundo Chambriard, a necessidade de energia primária deverá aumentar ao menos 60% até 2050. Para acompanhar esse salto, a Petrobras ajusta seu plano de negócios, hoje concentrado em 30% de combustíveis fósseis e apenas 1% de fontes renováveis. A estratégia mira diversificação gradativa, com metas claras de produção e portfólio.
Como etapa de transição, a prioridade é garantir suprimento até o pico do pré-sal, previsto entre 2030 e 2032. Nesse intervalo, o crescimento será ancorado em combustíveis fósseis, assegurando receita e estabilidade operacional. Após o pico, a estatal focará na reposição de reservas e na exploração de novas fronteiras, como a Margem Equatorial, para manter competitividade e fluxo de caixa.
A carteira de projetos em renováveis inclui a retomada da produção de etanol, a ampliação do biodiesel e o desenvolvimento de combustível sustentável de aviação (SAF). Também estão previstos o diesel coprocessado com óleo vegetal e iniciativas logísticas para reduzir emissões no refino e no transporte.
Entre 2025 e 2029, a Petrobras destinará US$ 15 bilhões a combustíveis renováveis, dos quais US$ 3 bilhões já em 2025, acelerando a curva de aprendizado e a escala industrial. Em paralelo, investirá R$ 20 bilhões na renovação da frota de navios, medida crucial para eficiência energética e redução de custos operacionais.
Rota de transição com foco em combustíveis renováveis
A combinação de investimentos em renováveis, manutenção do pré-sal até seu pico e expansão para novas áreas busca preservar a participação de mercado e preparar a companhia para a descarbonização gradual.
A Petrobras aposta que a integração entre refino, logística e biocombustíveis dará vantagem competitiva no médio e longo prazos, sustentando o avanço em combustíveis renováveis e a meta de 2050.
