As ações da Cosan (CSAN3) sofreram forte desvalorização nesta segunda-feira (22), iniciando a semana com uma queda superior a 22%.
O movimento abrupto levou os papéis a atingirem o limite de oscilação permitido pela B3, ativando o mecanismo de leilão para equilibrar as ordens de compra e venda.
Este recuo acontece após a companhia anunciar a realização de um aporte de R$ 10 bilhões por parte do BTG Pactual Holding & Asset Management e da gestora de investimentos Perfin.
Entenda o impacto do aporte na criação da Cosan (CSAN3)
O investimento será feito por meio de uma oferta primária de ações, na qual os recursos arrecadados serão destinados diretamente ao caixa da empresa.
A operação representa uma redução de 57% no endividamento da companhia, que encerrou o último exercício com R$ 23,5 bilhões de dívidas e um prejuízo de R$ 9,4 bilhões.
Apesar da entrada de novos sócios, o controlador Rubens Ometto continuará como sócio majoritário, com 50,01% das ações ordinárias, além de manter a presidência do conselho de administração.
O acordo inclui duas ofertas subsequentes de ações, chamadas follow-on. A primeira delas movimentará R$ 7,25 bilhões a um preço de R$ 5 por ação. A segunda, no valor de R$ 1,8 bilhão, terá seu preço definido até 30 de outubro.
Além disso, a proposta prevê a permanência de Rubens Ometto ou um indicado por ele na presidência do Conselho de Administração por três mandatos (seis anos). Um período de lock-up de quatro anos também foi estabelecido para parte das ações envolvidas no acordo.
Com a entrada do BTG Pactual e da Perfin, esses investidores, junto ao controlador e às family offices Aguassanta e Queluz, do grupo Ometto, passam a deter, em conjunto, 55% do capital social da Cosan.
A companhia reforçou que os recursos obtidos na operação não serão destinados à Raízen (RAIZ4), controlada pelo grupo, mas sim ao fortalecimento de sua estrutura de capital.
Os acionistas que aderirem à oferta não poderão vender metade das ações adquiridas por dois anos. A transação visa fortalecer o balanço da companhia, que enfrenta manutenção da volatilidade de seu mercado e a necessidade de reduzir seu elevado endividamento.