
O relatório do Itaú BBA divulgado nesta terça-feira (19) reforça o potencial de valorização das ações da Vale (VALE3), mantendo a recomendação de compra — ou outperform — para os papéis.
Com base na cotação de R$ 53,41 registrada nesta manhã, a instituição financeira projeta uma alta de aproximadamente 31% até o final de 2026, com um preço-alvo de R$ 70 por ação, além de US$ 13 por ADR.
A expectativa de valorização está alinhada ao atual cenário de preços do minério de ferro, que o banco revisou para cima. A projeção para o preço do commodity em 2025 passou de US$ 95 para US$ 99 por tonelada, enquanto para 2026 a estimativa elevou-se de US$ 90 para US$ 95.
Essa atualização reflete o equilíbrio esperado entre oferta e demanda, especialmente com o consumo contínuo na China e no Sudeste Asiático.
O banco também manteve o mesmo preço-alvo para o fim de 2026, igual ao projetado para o final deste ano, reafirmando que a valorização das ações pode ainda se sustentar no médio prazo.
Segundo o relatório, a ação atualmente negocia a uma relação EV/Ebitda de aproximadamente 3,8 vezes para 2026, índice considerado atrativo e abaixo de uma avaliação de equilíbrio, próxima de 5 vezes. Essa margem sugere espaço para valorização adicional.
Dividendos e recompras da Vale ganham destaque na análise do Itaú BBA. A instituição aponta a possibilidade de distribuições extras de dividendos ou recompra de ações já neste ano, considerando a dívida líquida da mineradora, que deve ficar próxima de US$ 16 bilhões ao final de 2025.
A atual meta de dívida, entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, permite que a Vale utilize seu caixa de forma estratégica para aumentar o retorno aos acionistas, caso os preços do minério de ferro permaneçam estáveis.
Por fim, o banco revisou suas estimativas de Ebitda para refletir a expectativa de menores volumes de mercado de pelotas, mesmo com os preços do minério de ferro em alta.
A previsão para 2025 caiu para US$ 14,1 bilhões (3% abaixo do anterior), enquanto para 2026 a estimativa é de US$ 15,5 bilhões, crescimento de 10% em relação ao ano anterior, embora 2% inferior ao cálculo inicial.
O potencial de valorização das VALE3 reforça a atratividade da ação, especialmente diante das expectativas de dividendos e ajuste nas estimativas de preços e volumes de commodities de mineração.