Ações da Vale (VALE3) sobem com revisão nas projeções do minério de ferro e possibilidade de dividendos extraordinários
Após divulgar resultados do segundo trimestre de 2025 que ficaram abaixo do esperado, as ações da Vale passaram a ser acompanhadas com maior cautela pelo mercado.
Apesar da certa baixa nas expectativas, o banco BTG Pactual revisou suas projeções para a mineradora nesta segunda-feira (15), destacando uma melhora na perspectiva para o preço do minério de ferro e a possibilidade de distribuição de dividendos extraordinários.
Segundo o relatório, o preço do minério foi ajustado para cima para o ano de 2025, de US$ 95 para US$ 100 por tonelada, e para 2026, de US$ 85 para US$ 92,5 por tonelada. Esses ajustes ocorreram devido ao desempenho mais forte do mercado nas últimas semanas, impulsionado por fatores como a degradação do minério, menor qualidade de algumas minas e redução das exportações por países como Índia.
Além disso, o relatório aponta que a continuidade das exportações de aço na China e desafios na oferta também contribuíram para a revisão, além de um ritmo mais lento de expansão do projeto de minério de ferro na África, conhecido como projeto Simandou. Essa pausa deve atrasar a entrada de novas unidades no mercado, sustentando a alta dos preços a curto prazo.
Embora o cenário seja mais otimista quanto ao minério, o BTG manteve recomendação neutra para as ações da Vale (VALE3). O preço-alvo estipulado para as ADRs negociadas nos Estados Unidos permanece em US$ 11, enquanto o banco aponta que ainda há falta de suporte de valuation para uma revisão mais positiva na recomendação.
Perspectivas para dividendos da Vale e geração de caixa
O relatório reforça que o atual ambiente de preços favorece a geração de caixa e amplia as possibilidades de remuneração aos acionistas. A leitura do CFO da Vale indica que, com o minério de ferro em torno de US$ 100 por tonelada, há espaço para o pagamento de dividendos extraordinários.
De acordo com o BTG, a dívida líquida da companhia deve reduzir-se para a faixa de US$ 15 bilhões a US$ 16 bilhões até o final de 2025, criando margem para pagamentos adicionais entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.
A estratégia de corte de capex, que deve ficar ao redor de US$ 5,5 bilhões para o mesmo período, também contribuirá para liberar recursos para dividendos.
Nos últimos 12 meses, a Vale (VALE3) distribuiu dividendos que resultaram em um dividend yield de 7,93%, segundo dados da Status Invest, reforçando o apelo de remuneração ao investidor, especialmente diante da melhora prevista no cenário de preços e das perspectivas de reforço na geração de caixa da companhia.