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Ambipar (AMBP3) despenca 34% e é negociada abaixo de R$ 1

Ambipar (AMBP3) despenca 34% e é negociada abaixo de R$ 1
Foto: Reprodução - site

A AMBP3 registra nova queda de 34,29% nesta segunda-feira (6), negociada a R$ 0,92 por volta das 15h50. No último mês, os papéis da Ambipar já perderam mais de 92% do valor de mercado, refletindo o agravamento da crise financeira e a deterioração da confiança dos investidores. O movimento ocorre em meio a desdobramentos jurídicos e regulatórios que elevam a incerteza sobre a continuidade das operações.

A pressão vendedora ganhou força após a companhia prestar esclarecimentos judiciais no Rio de Janeiro, em processo que busca manter decisão cautelar contra medidas de bancos credores. A empresa alega que ações mais duras poderiam comprometer sua capacidade operacional e provocar efeitos sistêmicos sobre sua cadeia.

Em paralelo, aumentou a repercussão sobre reunião entre o ex-diretor financeiro João Daniel Piran de Arruda e representantes da CVM. Arruda esteve acompanhado pelos escritórios Vieira Rezende Advogados — que defendeu Miguel Gutierrez, ex-CEO da AMER3 — e David Rechulski Advogados, que atuou na defesa da Braskem durante a CPI de Maceió. Esses vínculos ampliaram o escrutínio do mercado.

Por que a AMBP3 despenca hoje no pregão?

A Ambipar reafirmou confiança na manutenção judicial da liminar até a apresentação do pedido de recuperação judicial. Segundo a companhia, preservar a medida é essencial para assegurar continuidade das atividades, proteção de empregos e execução de contratos ambientais, minimizando impactos operacionais imediatos.

O Tribunal de Justiça do Rio confirmou a tutela cautelar contra pleito do Deutsche Bank. O relator apontou ausência de risco relevante para as instituições financeiras, ao passo que os danos à Ambipar seriam potencialmente irreversíveis caso a decisão fosse revogada. A leitura jurídica, portanto, sustenta um fôlego temporário à empresa.

Entre os riscos elencados estão a perda de mais de 23 mil empregos diretos e indiretos, interrupção de cerca de R$ 500 milhões em tributos anuais e o rompimento de contratos. A AMBP3 ressaltou ainda possível prejuízo a mais de 12 mil acionistas e risco de liquidação antecipada de dívidas de aproximadamente R$ 10 bilhões, o que pressionaria sua estrutura de capital de forma crítica.

ACESSO RÁPIDO

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