
A Berkshire Hathaway vive um momento de forte turbulência após o anúncio da aposentadoria de Warren Buffett, que se concretizou em maio de 2025, e sua saída oficial da presidência da companhia.
Os resultados do segundo trimestre refletiram essa crise de confiança, com uma queda de 59% no lucro líquido, totalizando US$ 12,37 bilhões, comparado ao mesmo período do ano anterior. Essa queda expressiva evidencia a pressão que a empresa vem enfrentando diante da saída de seu ícone e a instabilidade nos negócios, movimentando o mercado financeiro.
Segundo os dados divulgados, a companhia acumulou uma baixa de US$ 3,8 bilhões relacionada à Kraft Heinz, além de registrar US$ 6,36 bilhões em ganhos com investimentos no trimestre. Apesar desses números, o resultado do semestre fechou com um prejuízo líquido de US$ 71 milhões.
A ausência de recompras de ações em 2025 acende um sinal de que a administração, sob liderança de Greg Abel, não considera mais suas ações como atrativas, ao contrário do que foi uma prática constante sob Buffett. Analistas, como Christopher Bloomstran, apontam que a “ação estava supervalorizada”, reforçando o momento de incerteza que paira sobre a Berkshire.
Incerteza aumenta com saída de Warren Buffett e novo CEO
A saída de Warren Buffett, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, representa uma mudança profundidade na gestão de uma das maiores empresas de investimentos do mundo. Com uma trajetória de mais de seis décadas, Buffett transformou uma fábrica têxtil em um conglomerado bilionário com posições estratégicas em empresas como Apple, Coca-Cola e American Express.
A transição para Greg Abel, que assume o comando agora, cria uma dúvida natural sobre os rumos futuros, já que o novo CEO enfrenta a difícil tarefa de manter o legado de Buffett enquanto busca crescimento em um cenário de maior competição, especialmente na área de tecnologia.
Além do desafio de liderar uma companhia com US$ 344 bilhões em caixa, a Berkshire vem atuando como vendedora líquida de ações por 11 trimestres consecutivos, vendendo US$ 1,2 bilhão em ativos, como ações da VeriSign. A divisão de seguros, principal fonte de receita, também apresentou queda de quase 12% nos lucros de subscrição anual.
A combinação de resultados negativos, ausência de recompra de ações e venda de ativos reforça a percepção de que o momento atual da Berkshire pode marcar uma mudança de paradigma sob a liderança de Greg Abel, após a saída de Buffett, demandando atenção do investidor para as próximas decisões da companhia.