Economia

Black Friday 2025: golpes com IA aumentam e gera alerta no Brasil

Black Friday 2025: golpes com IA aumentam e gera alerta no Brasil
Black Friday. Foto: Unsplash.

A Black Friday de 2025, marcada para 28 de novembro, consolidou-se como o período de maior risco digital no Brasil. A expectativa é de movimentação de R$ 13,34 bilhões no e-commerce, enquanto criminosos aproveitam o pico de consumo para aplicar golpes cada vez mais sofisticados, impulsionados por inteligência artificial. Para consumidores e varejistas, o desafio é equilibrar oportunidades com segurança, reduzindo exposição a fraudes sem comprometer a experiência de compra.

O Brasil segue no topo das detecções de phishing na América Latina, com 553 milhões de ocorrências nos últimos 12 meses, segundo relatório da Akamai divulgado pela TLD. Em paralelo, o primeiro trimestre de 2024 contabilizou 3,5 milhões de tentativas de fraude, uma alta de 22,9% frente a 2023, evidenciando a evolução do crime digital. A Black Friday potencializa esse cenário pela combinação de pressa, urgência de ofertas e alto volume de transações.

A atividade de bots maliciosos com IA disparou mais de 300% em um ano, elevando o risco de ataques automatizados e de engenharia social. Durante a Black Friday 2024, foram registradas 17,8 mil tentativas de fraude em poucas horas, com R$ 27,6 milhões em golpes evitados graças a sistemas antifraude e monitoramento em tempo real. Essa escalada indica que os golpistas estão mais organizados e com melhor infraestrutura.

Apesar do risco, o interesse do público dá sinais de arrefecimento. Pesquisa do Hibou com Score Agency mostra que 45% dos consumidores pretendem comprar na data, queda de 9 pontos percentuais em relação a 2024. Outro indicador, do Ibevar/FIA Business School, aponta engajamento de 394 pontos em 2025, redução de 48,4% desde o pico de 2019. A percepção de fraude e a desconfiança com “ofertas falsas” podem estar entre os fatores.

Como se proteger na Black Friday? Especialistas recomendam verificar o domínio do site antes de inserir dados, fugir de links de SMS/WhatsApp e priorizar aplicativos oficiais. O uso de cartões virtuais e autenticação em duas etapas reduz a superfície de ataque e limita o impacto em caso de vazamento. Outra prática é comparar preços historicamente para identificar promoções artificiais.

Rafael Dantas, Head de Segurança Cibernética da TLD, reforça que “cada clique é um potencial alvo e cada dado transacionado carrega valor estratégico”. Em um ambiente com bots e golpes mais elaborados, o consumidor deve adotar uma postura ativa de verificação e suspeitar de descontos fora do padrão. Assim, é possível aproveitar a Black Friday com mais segurança e tranquilidade.

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