O BTG Pactual elevou suas projeções para o Nubank, destacando que a fintech deve viver um dos ciclos mais intensos de expansão desde o IPO. A casa revisou para cima lucro e preço-alvo, ancorada em crescimento da carteira, inadimplência sob controle e uso estratégico de inteligência artificial. Com isso, o banco afirma que a companhia “retornou ao modo crescimento”, abrindo espaço para novas revisões positivas.
Em números, o BTG agora estima lucro de US$ 4 bilhões em 2026 e US$ 5,1 bilhões em 2027, com ROE próximo de 30%. O preço-alvo foi ajustado para US$ 22 por ação, o que implica potencial de valorização acima de 40%. A instituição ressalta que a disciplina de risco, combinada a ganhos de eficiência, sustenta a tese de aceleração.
A inteligência artificial ocupa papel central nessa estratégia. Segundo o relatório, os modelos de crédito apresentam desempenho preditivo “três vezes melhor”, permitindo ampliar limites sem elevar o risco. Além disso, a IA reduz custos de desenvolvimento de produtos e personaliza ofertas, criando vantagens competitivas em escala.
Entre as avenidas de expansão, o BTG vê espaço relevante em linhas de menor risco, como consignado e crédito para PMEs, que podem diversificar receitas e suavizar a volatilidade do portfólio. A alocação de capital nessas frentes tende a reforçar margens e a qualidade dos ativos, mantendo a inadimplência sob vigilância.
No ambiente macro, o relatório cita vetores favoráveis, como desemprego estruturalmente menor no Brasil e a isenção de imposto de renda para salários até R$ 5 mil, que aumenta a renda disponível da base de clientes. A postura mais conservadora dos grandes bancos no segmento de baixa renda abre espaço competitivo para o BTG Pactual e, sobretudo, para o Nubank expandir com rentabilidade.
No México, a operação segue ganhando tração. Embora já haja potencial para geração de lucro, a administração prioriza crescimento e ganho de participação. Para o BTG, essa escolha acelera os efeitos de rede e fortalece a plataforma regional do Nubank, sustentando a tese de longo prazo.
Caminhando para frente, o Nubank entra em um ciclo de execução focado em escala, eficiência e crédito com melhor precificação de risco. Se entregar os marcos de lucro e ROE projetados, a reavaliação do papel tende a continuar, amparada por tecnologia, custos baixos e expansão geográfica.