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Ações da Cosan caem após S&P cortar perspectiva; veja o que aconteceu

Ações da Cosan caem após S&P cortar perspectiva; veja o que aconteceu
Cosan (CSAN3). Foto: Divulgação

A Cosan (CSAN3) recua mais de 3% nesta quarta-feira (17) após a S&P Global revisar a perspectiva de seus ratings de estável para negativa. Por volta das 11h, as ações caíam 3,10%, cotadas a R$ 5,32, refletindo maior cautela dos investidores diante do novo sinal de risco. A decisão trouxe volatilidade adicional ao papel, que já vinha pressionado desde a sessão anterior.

A agência manteve o rating “BB” para dívidas internacionais garantidas e o “AAA(bra)” para debêntures quirografárias, mas alterou a perspectiva para negativa. O ajuste se deve à elevada alavancagem e à necessidade recorrente de desinvestimentos para aliviar pressões financeiras, fatores que aumentam a incerteza no curto prazo para a companhia.

A reação do mercado piora o desempenho recente: no pregão anterior, a ação já havia cedido após a venda de participação na RAIL3, operação interpretada como insuficiente para promover uma melhoria estrutural imediata nos indicadores. O movimento reforça a percepção de que a desalavancagem depende de medidas adicionais.

O rating de crédito expressa a avaliação das agências sobre a capacidade de honrar dívidas e juros, influenciando o custo de captação e o apetite de credores e investidores. Uma perspectiva negativa não implica rebaixamento imediato, mas indica risco maior de deterioração adiante.

Entenda a revisão da S&P sobre a Cosan

Segundo a S&P Global, a perspectiva negativa reflete a alavancagem elevada e a dependência sistemática de alienação de ativos para mitigar pressões no perfil financeiro. Mesmo com reforços de caixa recentes, a estrutura de capital segue tensionada pelo volume de dívida e pelos juros elevados. A agência avalia que a consistência na redução de alavancagem será determinante para estabilizar a perspectiva.

A análise também ressalta que a continuidade de desinvestimentos permanece como pilar para adequar os indicadores aos níveis compatíveis com os ratings atuais. Nesse contexto, o mercado precifica prêmio de risco adicional, com maior seletividade no curto prazo.

Para os investidores, a revisão amplia a incerteza sobre o ritmo de desalavancagem e manutenção de liquidez, especialmente após a venda na Rumo. Assim, a leitura predominante é de aversão ao risco, mantendo pressão sobre as ações da Cosan (CSAN3) até que surjam sinais mais claros de melhora estrutural.

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