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Embraer (EMBR3) tem carteira de pedidos recorde de US$ 29,7 bilhões, mas enfrenta riscos

Embraer (EMBR3) tem carteira de pedidos recorde de US$ 29,7 bilhões, mas enfrenta riscos

A Embraer (EMBR3) divulgou nesta semana seus resultados operacionais do segundo trimestre, destacando-se pelo recorde na carteira de pedidos, que atingiu US$ 29,7 bilhões. Apesar dos números positivos, o mercado permanece atento às incertezas provocadas pela possibilidade de aumento das tarifas de exportação para os Estados Unidos, o que impacta as ações da companhia.

Carreira de pedidos e desempenho operacional da Embraer

Segundo análises da XP, o destaque do balanço do segundo trimestre foi a expansão da carteira de pedidos, impulsionada por novas encomendas no segmento de aviação comercial, incluindo clientes como ANA, SAS e SkyWest.

A carteira total, que passou a US$ 29,7 bilhões, aponta para uma forte perspectiva de crescimento da receita futura. Além disso, a Embraer entregou 61 aeronaves no período, sendo 19 comerciais, 38 jatos executivos e quatro unidades do A-29 Super Tucano para o Paraguai.

O segmento executivo apresentou desempenho acima da média histórica, com entregas que representam 41% da meta anual, em comparação aos tradicionais 34%. Entretanto, a aviação comercial ficou abaixo da expectativa, cumprindo 32% da meta do semestre, frente à média de 44%.

O backlog da Embraer permanece sólido, crescendo 13% em relação ao trimestre anterior e 40% na comparação anual, segundo o BTG Pactual. A divisão de Defesa também atingiu seu maior nível histórico, com US$ 4,3 bilhões em contratos, incluindo novos acordos do C-390 com países europeus.

Ainda de acordo com a XP, o índice book-to-bill da aviação comercial atingiu 1,8 vezes nos últimos 12 meses, indicando aumento na geração de novos pedidos e maior estabilidade na produção. Além disso, há encomendas não oficialmente incorporadas à carteira, especialmente na divisão de Defesa, o que pode representar revisões positivas nos próximos períodos.

Impactos das tarifas para EMBR3 e cenário externo

Apesar do desempenho sólido, a incerteza sobre as tarifas comerciais ainda permeia as análises. O banco BTG Pactual ressalta que, embora não tenha ocorrido cancelamento de pedidos no 2T25, existe a preocupação de que o aumento de tarifas para 50% em importações dos EUA possa reverberar negativamente.

Tensão política entre Brasil e Estados Unidos pode intensificar esse cenário, afetando não só a Embraer (EMBR3), mas também seus parceiros comerciais norte-americanos. Segundo o relatório, há um risco substancial de que a indústria aeronáutica brasileira intensifique esforços de lobby diante da possibilidade de tarifas mais altas, o que reforça a necessidade de acompanhar o cenário político e comercial global.

ACESSO RÁPIDO

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