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EUA: PIB cai 0,3% no 1º trimestre de 2025 e inflação avança, segundo dados preliminares

EUA: PIB cai 0,3% no 1º trimestre de 2025 e inflação avança, segundo dados preliminares

A economia dos Estados Unidos registrou contração no início de 2025. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou a uma taxa anualizada de 0,3% no primeiro trimestre, conforme a leitura inicial divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Departamento de Comércio norte-americano.

A queda foi puxada principalmente pelo forte crescimento das importações — que têm impacto negativo na composição do PIB — e pela retração nos gastos do governo do presidente Donald Trump. Segundo Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o aumento das importações reflete a preocupação de consumidores e empresas com as novas tarifas comerciais implementadas recentemente. “Houve uma antecipação das compras externas para escapar do tarifaço anunciado por Trump em 2 de abril”, explica.

A medida tarifária, que estabeleceu uma alíquota uniforme de 10% para a maioria dos países, foi mais dura com a China: após sucessivas rodadas de retaliações entre os dois países, os produtos chineses passaram a ser taxados em 145%. A tarifa ampliada, no entanto, foi suspensa por 90 dias para todos os parceiros comerciais — exceto a China.

Apesar do impacto das tarifas, o PIB também apresentou pontos positivos. Sung destaca o crescimento do consumo das famílias, dos investimentos e das exportações. “As vendas finais reais para compradores privados domésticos — que incluem consumo das famílias e investimentos fixos privados — avançaram 3,0% no trimestre, acima dos 2,9% observados no fim de 2024”, ressalta.

Para o economista, mesmo com a incerteza em torno das novas diretrizes econômicas, a atividade dos EUA segue demonstrando resiliência, sustentada por um mercado de trabalho ainda equilibrado.

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Inflação acelera: PCE sobe para 3,6% no trimestre

Também nesta quarta-feira (30), foi divulgado o índice de preços PCE (Personal Consumption Expenditures), indicador preferido do Federal Reserve (Fed) para monitoramento da inflação. A leitura mostrou aceleração no início de 2025: o índice geral subiu de 2,2% no quarto trimestre de 2024 para 3,6% agora.

O núcleo do PCE — que exclui alimentos e energia, itens mais voláteis — também avançou, passando de 2,6% para 3,5% no trimestre.

“O avanço dos preços ficou acima do esperado, o que evidencia os desafios à frente para o Fed”, avalia Sung. “O banco central norte-americano terá que lidar com uma inflação persistentemente elevada ao mesmo tempo em que a atividade econômica desacelera, em um contexto de política monetária restritiva e impacto das tarifas.”

Com a taxa básica de juros dos EUA entre 4,25% e 4,5% ao ano, o economista aponta que o cenário atual impõe um dilema ao Fed: “Manter os juros elevados para conter a inflação ou começar a cortá-los para apoiar uma economia em perda de fôlego.” A próxima reunião do comitê de política monetária ocorre na semana que vem.

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