O SNAG11, fundo imobiliário de financiamento ao agronegócio gerido pela Suno Asset, alcançou nova máxima de cotação ajustada por proventos nesta quarta-feira (5), reforçando o avanço da conexão entre o agro e o mercado de capitais.
O desempenho vem acompanhado de maior liquidez e de uma estratégia de crédito conservadora, que sustenta a confiança dos investidores mesmo em ciclos desafiadores para o setor.
Em outubro, o fundo permaneceu entre os Fiagros mais líquidos, com volume de R$ 37,150 milhões e média diária de R$ 1,615 milhão, segundo a Economatica com base na B3. Esses números refletem maior interesse por ativos ligados ao campo e a busca por renda recorrente com proteção inflacionária e correlação reduzida com a economia urbana.
Segundo João Vitor Franzin, analista da Suno Asset, o momento do agro é favorecido pela alta global da demanda por comida. À medida que países cruzam a faixa de US$ 2 mil de renda per capita, cresce o consumo de proteína animal e, com ele, a necessidade de grãos como soja e milho. Para Franzin, o Brasil detém vantagem competitiva por combinar escala territorial, tecnologia e capacidade de converter áreas hoje subutilizadas em terras produtivas.
A Suno Asset atribui a adimplência integral do fundo ao rigor na análise de crédito, estruturação de garantias e monitoramento contínuo dos devedores. Esse padrão manteve o portfólio resiliente mesmo durante a onda de recuperações judiciais que atingiu o agronegócio em 2023. Como resume José Eduardo Daronco, RI da casa, alguns Fiagros “foram de sapato para a roça”; a gestora, diz ele, “vai de botina”.
A carteira do SNAG11 soma patrimônio líquido de R$ 620,6 milhões, com remuneração média de CDI + 3,69% e duration de 4,8 anos. O prazo mais longo é diferencial competitivo, já que bancos tendem a priorizar linhas de custeio de curto prazo, enquanto o fundo financia projetos estruturais que exigem maturação maior. Essa combinação visa retorno ajustado ao risco superior ao de alternativas tradicionais.
Em setembro, as receitas somaram R$ 8,193 milhões, frente a despesas de R$ 488,77 mil. O fundo distribuiu R$ 7,288 milhões em dividendos do SNAG11 (R$ 0,12 por cota), mantendo o guidance e implicando dividend yield anualizado de 16,18%. O nível de proventos foi reiterado para os meses seguintes, condicionado ao desempenho operacional e ao fluxo de caixa.
A combinação de liquidez, adimplência de 100% e prazos adequados ao ciclo do agro sustenta a tese do fundo, que segue capturando a expansão do crédito privado rural com disciplina e foco em governança.
