A agência de classificação de risco Fitch anunciou nesta quarta-feira, 13 de dezembro, o rebaixamento da nota de crédito da Braskem (BRKM5).
Esta é a segunda redução no ano, refletindo preocupações crescentes com a situação financeira da petroquímica, especialmente após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2025.
O movimento impacta tanto o rating de emissor global quanto as dívidas de subsidiárias, com perspectiva de observação negativa.
Segundo a Fitch, o perfil financeiro da companhia permanecesse fraco, com uma previsão de alavancagem líquida ainda elevada, agravada pelos resultados recentes.
A agência ressalta que os desafios do setor petroquímico e a forte dependência de decisões governamentais dificultam uma recuperação rápida do desempenho da Braskem, reforçando o cenário de risco para investidores.
Por que a Fitch rebaixou a Braskem?
O rebaixamento envolve a redução do rating de emissor da Braskem de BB para BB-, mantendo a avaliação com perspectiva de observação negativa.
Além disso, os ratings de dívida sênior não garantida de empresas como Braskem America Finance Company e Braskem Netherlands Finance B.V. também foram cortados para BB-. Aqui no Brasil, o rating nacional de longo prazo caiu de AAA(bra) para AA(bra).
De acordo com o relatório da Fitch, esses ajustes refletem indicadores de crédito persistentemente fracos, especialmente após os resultados do último trimestre.
A revisão das projeções de alavancagem, que consideram os efeitos do acidente geológico ocorrido em Alagoas, apontam para números que excedem os gatilhos de risco da agência para um rating “BB” até 2026.
Além disso, a expectativa é de fluxo de caixa livre negativo até ao menos 2027, o que limita a capacidade de amortização de dívidas.
A colaboração dos fatores de domínio macroeconômico, com cenário desfavorável para o setor global de petroquímicos e a forte dependência de políticas governamentais, também contribuem para o cenário de incerteza.
Para 2025, a Fitch projeta um EBITDA de US$ 600 milhões, que será insuficiente para cobrir as necessidades de capital de giro e os investimentos anuais de cerca de US$ 400 milhões, elevando o risco de inadimplência.
Como consequência, as ações da Braskem (BRKM5) enfrentaram pressão e operam em baixa na bolsa nesta quarta-feira, refletindo o desencorajador cenário para os investidores na companhia.