O fundo imobiliário TRBL11 retornou à posse do Centro Logístico Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), após os Correios devolvidos as chaves do imóvel.
A devolução ocorreu após a rescisão unilateral do contrato, pedida pelos Correios em março, enquanto a vistoria de saída, realizada em conjunto com o locatário, está em fase final de elaboração do laudo técnico para reparos e reembolso.
Desde outubro do ano passado, os Correios não efetuam pagamento dos aluguéis — inicialmente devido a uma interdição parcial e posteriormente total pelo município de Contagem, por meio da Defesa Civil.
Ainda assim, após obras de reparo, o imóvel foi liberado no início deste ano, porém a estatal se recusou a retomar seu uso, concluindo pela rescisão do contrato. O acordo firmado anteriormente incluía o uso de outro imóvel de fundo imobiliário, o BRCO11.
A validade do contrato entre os Correios e o FII TRBL11 ia até setembro de 2034, prevendo o pagamento integral dos aluguéis até essa data. A gestão do fundo, realizada por Tellus e Rio Bravo, anunciou que tomará as medidas jurídicas cabíveis para assegurar o recebimento dos valores considerados devidos, dado o descumprimento contratual.
Com a recuperação do imóvel, o TRBL11 já prepara estratégias para sua comercialização. Segundo o fato relevante divulgado em 20 de julho, as gestoras visam garantir liquidez à operação, valorizando as características do ativo, que possui localização estratégica e alto desempenho esperado.
A importância do imóvel para o TRBL11
O contrato com os Correios representava cerca de 45% da receita do fundo, composto por um patrimônio líquido de R$ 669,8 milhões, distribuídos entre cinco imóveis logísticos. O ativo de Contagem é o maior do portfólio, com 121.749 metros quadrados de área bruta locável (ABL). A perda dessa receita impacta diretamente os dividendos pagos pelo fundo, que, até setembro do ano passado, pagava R$ 0,87 por cota, valor que corresponde ao último recebimento integral.
Atualmente, o fundo imobiliário TRBL11 pagou uma distribuição de R$ 0,56 por cota, sendo a menor dos últimos quatro anos. Sem a receita do contrato com os Correios, o fundo busca um planejamento de ações para a venda do espaço ocioso, apresentando aos cotistas suas estratégias futuras de monetização.
Apesar dessas dificuldades, o fundo teve um destaque positivo ao registrar lucro de R$ 2,79 por cota em julho, decorrente da venda de um imóvel em Duque de Caxias (RJ). Este valor será considerado nos cálculos de dividendos futuros, contribuindo para a expectativa de uma retomada na distribuição de rendimentos.
