O XPML11 apresentou cenário de liquidez desafiador para os próximos meses, com uma previsão de captação de aproximadamente R$ 347 milhões até o final de 2025. O valor refere-se às obrigações adquiridas desde o ano passado, incluindo compras parceladas e dívidas financiadas, que se mostram superiores às receitas existentes, configurando um potencial déficit de recursos.
No relatório de julho, o fundo registrou um lucro de R$ 48,154 milhões, o que representa uma redução de 17,49% em relação aos R$ 58,363 milhões obtidos em junho. As receitas do mês atingiram cerca de R$ 57,374 milhões, enquanto as despesas ficaram em aproximadamente R$ 9,218 milhões. Com esses resultados, o XPML11 distribuiu R$ 52,183 milhões em dividendos, equivalentes a R$ 0,92 por cota, reforçando sua política de remuneração aos investidores.
O desempenho operacional também se destacou pelo aumento do NOI por metro quadrado, que atingiu R$ 133, um crescimento de 16,8%. Além disso, as métricas de desempenho, como Same Store Sales e Same Store Rent, apresentaram variações positivas de 1,7% e 1,4%, respectivamente, demonstrando estabilidade na receita de locação e vendas de lojas sob gestão do fundo.
Eventos recentes reforçaram a solidez financeira do fundo XPML11, como o pagamento de aproximadamente R$ 2,6 milhões referente ao NOI Garantido do portfólio da SYN Prop e Tech, além da conversão do CRI utilizado na aquisição de uma participação de 10,04% no Shopping Pátio Higienópolis, por meio de uma SPE. Essas operações refletem estratégias para manter o fluxo de caixa diante do cenário de necessidades futuras de captação.
Perspectivas e estratégias para o curto prazo
Para os próximos meses, o fundo imobiliário XPML11 projeta uma atenção redobrada ao fluxo de caixa. Segundo o próprio relatório, as obrigações já assumidas até o final de 2025 superarão as receitas, disponibilidades e saldos em caixa do fundo, resultando em um déficit estimado de R$ 347 milhões. Este cenário pode ser ajustado com novas operações de compra ou venda de ativos.
Atualmente, o patrimônio líquido do fundo é avaliado em torno de R$ 6,6 bilhões, com ativos imobiliários que somam aproximadamente R$ 7,9 bilhões. A dívida total é cerca de R$ 560 milhões, o que implica em um indicador de leverage (loan to value) de aproximadamente 8%, considerado sustentável no setor de fundos imobiliários.
Para atender às necessidades de caixa, a gestão do FII XPML11 analisa três alternativas principais: a venda de ativos para reduzir riscos, a emissão de novas cotas e a captação de recursos via dívida ou securitização de recebíveis.
Apesar do valor patrimonial por cota do XPML11 estar acima do preço de mercado, impedindo uma oferta imediata sem diluição, a empresa avalia oportunidades que possam gerar valor e financiar futuras aquisições estratégicas, mantendo sua saúde financeira e potencial de crescimento.