O Ibovespa cravou novo recorde histórico nesta quarta-feira (20), ao fechar em 158.555 pontos, alta de 1,70%. O avanço superou pela primeira vez a marca dos 158 mil pontos, impulsionado por VALE3, recuperação de bancos e um ambiente externo mais favorável. O rali veio em meio ao apetite por risco, com investidores reagindo a sinais de cortes de juros nos EUA e à tração das commodities no início do pregão.
Nos mercados internacionais, o EWZ saltou 2,81%, superando o ETF de emergentes (+0,72%) e refletindo o otimismo com o Brasil. O movimento foi sustentado pela queda dos treasuries, após a leitura de que o Federal Reserve pode adotar cortes já em dezembro. Esse cenário reforçou fluxos para ações e moedas de países emergentes, ampliando a performance relativa do mercado local.
Como o rali se formou no pregão? A força das commodities deu o pontapé inicial: VALE3 avançou 1,49% acompanhando o minério. Em seguida, o setor financeiro assumiu a liderança, com Bradesco PN subindo 3,01% e a B3 revertendo perdas recentes. Esse efeito rotação sustentou a alta ampla do índice, com destaque também para exportadoras, beneficiadas por dólar mais fraco. A palavra de ordem foi fluxo e reprecificação de risco.
Nos Estados Unidos, a leitura mais dovish do Fed ancorou a tomada de risco. Dirigentes adotaram tom mais suave e dados de atividade enfraquecidos reforçaram a chance de cortes de juros. As bolsas reagiram: Nasdaq (+0,82%), S&P 500 (+0,69%) e Dow Jones (+0,67%). A queda dos treasuries reduziu o prêmio exigido para ativos de risco, favorecendo o Ibovespa e pares globais.
No front doméstico, o IPCA-15 de novembro subiu 0,20%, levemente acima da mediana. Analistas avaliaram a composição como “qualitativamente ruim”, com pressão em serviços. As tensões fiscais em Brasília também seguiram no radar, mantendo cautela na parte curta da curva. Ainda assim, o quadro externo benigno prevaleceu sobre as preocupações locais.
Câmbio e juros refletiram o mix global. O dólar caiu a R$ 5,3346 (-0,78%) com o enfraquecimento da moeda americana. Na curva, os vértices longos recuaram acompanhando os treasuries, enquanto os curtos subiram por pressão inflacionária e fiscal. No agregado, o melhor prêmio de risco externo foi determinante para o salto do Ibovespa.
