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Ibovespa engata 7ª alta seguida e se aproxima de recorde histórico

Ibovespa engata 7ª alta seguida e se aproxima de recorde histórico

O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira (29) com leve avanço de 0,06%, aos 135.092,99 pontos, marcando sua sétima alta consecutiva. O volume financeiro negociado foi de R$ 22,9 bilhões. Apesar da valorização modesta, o índice chegou a atingir a máxima intradiária de 136.149,74 pontos (+0,84%), alcançando o maior patamar em sete meses e se aproximando do recorde histórico registrado em agosto de 2024.

O desempenho do dia foi impulsionado por uma combinação de fatores externos, com destaque para o arrefecimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e o fortalecimento da expectativa de que o Federal Reserve possa iniciar o ciclo de cortes de juros ainda este ano.

Alta encontra resistência técnica, mas fluxo estrangeiro sustenta tendência

Segundo Inácio Alves, analista da Melver, a proximidade com a máxima histórica — acima dos 137 mil pontos — funcionou como um nível de resistência natural e levou à realização parcial de lucros ao longo da tarde. Ainda assim, ele destaca o movimento de realocação de recursos por parte de investidores estrangeiros, que têm saído de mercados desenvolvidos, como os Estados Unidos, e migrado para bolsas emergentes, incluindo o Brasil.

Essa movimentação é reflexo direto da volatilidade nos discursos do presidente Donald Trump e de dados econômicos fracos nos EUA. O índice de confiança do consumidor norte-americano caiu para 86 em abril, ante 92,9 em março, abaixo da projeção de 88. Já o relatório Jolts mostrou que a abertura de vagas de emprego recuou para 7,192 milhões em março, também abaixo da expectativa de 7,48 milhões.

De acordo com dados da B3, o saldo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi positivo em R$ 7,6 bilhões entre os dias 17 e 25 de abril.

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Alívio tarifário da China e nova medida dos EUA

Entre os desdobramentos do dia, destaque para a decisão da China de suspender a tarifa de 125% sobre as importações de etano dos EUA, conforme informou a agência Dow Jones. Já a Casa Branca anunciou, pouco antes do fechamento dos mercados, uma nova ordem executiva assinada por Trump com foco no setor automotivo, evitando o acúmulo de tarifas sobre veículos e autopeças.

Para Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo, o ambiente de incertezas em torno da política tarifária dos EUA está alterando os fluxos de capital globalmente. Ele acredita que, mantida a tendência, o Ibovespa tem espaço para renovar sua máxima histórica, atualmente em 137.469,26 pontos no intradiário, registrada em agosto de 2024.

NY fecha em alta com expectativa sobre juros

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York encerraram o dia em alta, apoiadas pela crescente aposta em cortes nas taxas de juros, mesmo com a cautela sobre os rumos da política econômica sob a administração de Trump, que acaba de completar cem dias.

  • Dow Jones: +0,75%, aos 40.527,62 pontos

  • S&P 500: +0,58%, aos 5.560,93 pontos

  • Nasdaq: -0,55%, aos 17.461,32 pontos

“A queda nos rendimentos dos Treasuries reflete a expectativa de que o Fed possa considerar um corte já na próxima reunião, apesar do cenário ainda incerto”, avalia Fernando Bresciani, analista do Andbank.

Para Anderson Silva, sócio e head da mesa de renda variável da GT Capital, o Brasil vem se beneficiando do cenário global. “Com o Ibovespa negociando a um múltiplo P/L de 10,12 vezes, muitos ativos ainda estão descontados, o que atrai investidores em busca de boas oportunidades de risco-retorno”, conclui.

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