O Ibovespa encerrou a quinta-feira (4) em novo recorde histórico, aos 164 mil pontos, acumulando a terceira sessão seguida de máximas. O índice avançou 1,6% no dia, sustentado por expectativas de cortes da Selic a partir de 2026 e por um ambiente externo mais construtivo para ativos de risco. A combinação de fluxo estrangeiro e rotação setorial reforçou o apetite por bolsa.
No intraday, o índice tocou 164,5 mil pontos, cravando também a máxima histórica durante o pregão. A mínima, em 161,7 mil pontos, ocorreu pela manhã, antes da virada puxada por dados domésticos e melhora no humor global. Esse duplo recorde destaca a resiliência do mercado, mesmo com volatilidade cambial e juros longos pressionados.
PIB fraco reforça cenário de corte de juros
O PIB do terceiro trimestre veio abaixo do esperado, reforçando a leitura de desaceleração da atividade e adiantando apostas de afrouxamento monetário já em janeiro. Esse pano de fundo beneficiou setores sensíveis a juros, com destaque para consumo e varejo. A dinâmica corroborou a visão de que o Ibovespa pode continuar precificando um ciclo de estímulo, caso a inflação siga comportada.
Blue chips lideram alta com volume robusto
As blue chips puxaram o movimento de alta: ITUB4 subiu 2,5%, VALE3 avançou 1,7% na quinta valorização consecutiva e PETR4 ganhou 0,7%. O giro financeiro do índice somou R$ 23 bilhões, acima da média anual, enquanto o volume total da B3 alcançou R$ 31 bilhões, sinalizando participação ativa de institucionais. Esse fôlego foi reforçado por estrangeiros, que ampliaram posições em Brasil.
Dólar e Treasuries pesam sobre o real
O dólar chegou a testar patamares abaixo de R$ 5,30 pela manhã, mas encontrou barreira técnica. “A região técnica próxima desse patamar limitou a continuidade da queda”, disse Bruno Shahini, da Nomad. O fortalecimento do DXY e a alta das Treasuries pressionaram o real, que acompanhou outras moedas emergentes e se descolou do rali de ações, reduzindo parte do otimismo intraday.
Apesar da cautela no câmbio, o saldo do pregão foi positivo para o Ibovespa, que segue em tendência de alta com suporte de fluxos e expectativa de política monetária mais acomodatícia. A confirmação desse cenário dependerá do comportamento da inflação, da trajetória dos juros globais e do avanço de reformas domésticas, pontos que devem calibrar o apetite por risco nas próximas sessões.