O Ibovespa encerrou a segunda-feira (24) em alta de 0,33%, aos 155.277,56 pontos, interrompendo uma sequência de quatro pregões no negativo. O avanço acompanhou o alívio nos mercados externos e a leitura mais benigna para a inflação doméstica, o que trouxe algum fôlego aos ativos locais no início da semana.
A sessão foi marcada por volatilidade moderada, com oscilação entre a mínima de 154.529,17 e a máxima de 155.832,28 pontos. Em Wall Street, a recuperação liderada pela Nasdaq, já iniciada na sexta-feira anterior, ajudou a sustentar o humor do investidor, reforçando o apetite por risco em praças emergentes.
Com agenda carregada, o foco dos agentes se volta para dados que podem calibrar as expectativas de juros. “Teremos PPI, dados de inflação americana, confiança do consumidor e vendas no varejo. Na quarta-feira, o foco volta para o IPCA-15, além de PIB e PCI nos EUA”, afirmou Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos. A leitura desses indicadores tende a influenciar o dólar, os juros futuros e o próprio Ibovespa.
No Brasil, as projeções de inflação apontam desaceleração gradual, ainda que com cautela. Correia projeta manutenção da Selic em 15% no curto prazo, com possível flexibilização apenas em 2025. Esse cenário favorece setores sensíveis a juros, embora o mercado siga atento à trajetória fiscal e ao balanço de riscos. A perspectiva de estabilidade monetária, combinada à agenda externa, permanece no radar do investidor e do gestor.
Entre os destaques setoriais, o varejo puxou as altas na esteira da proximidade da Black Friday. ASAI3 (+3,88%), VAMO3 (+3,83%) e MRVE3 (+3,69%) lideraram os ganhos, enquanto CEAB3 e MGLU3 também mostraram desempenho sólido.
No campo negativo, CMIN3 (-5,76%) e CVCB3 (-5,46%) pressionaram o índice, refletindo movimentos específicos das companhias e a correção em ativos mais voláteis. O dólar ficou estável em torno de R$ 5,39, e o Bitcoin mostrou forte correção, caindo da região de US$ 125 mil para perto de US$ 85 mil.
Em síntese, o Ibovespa encontrou suporte no ambiente externo e na percepção de inflação mais controlada, mas a semana seguirá dependente de dados. Com a agenda densa e a possível reprecificação de juros lá fora, a volatilidade pode aumentar, exigindo seleção criteriosa de ativos e atenção redobrada aos próximos indicadores.
