O Ibovespa alcançou um novo patamar histórico nesta segunda-feira (3), ao superar pela primeira vez os 150 mil pontos durante o pregão. O principal índice da B3 acumula alta de 24,3% em 2025 e já cravou 20 sessões de recordes desde janeiro, reforçando o apetite por risco no mercado doméstico. O movimento supera com folga os ganhos dos principais títulos de renda fixa no período e consolida a percepção de melhoria de cenário para ações brasileiras.
Na sessão anterior, o índice fechou aos 149.540 pontos, em alta de 0,51%. Investidores atribuem o avanço à combinação de fatores externos e internos, como ambiente global mais favorável e expectativas locais sobre juros e resultados corporativos. O dólar mais fraco no mundo amplia o fluxo para mercados emergentes e sustenta a valorização de ativos brasileiros.
As bolsas americanas operam em alta, com destaque para a Nvidia, cujas ações sobem cerca de 3% após aprovação governamental para venda de chips aos Emirados Árabes Unidos. Esse desempenho de empresas de tecnologia nos EUA estimula a tomada de risco global e dá suporte indireto ao mercado brasileiro. Além disso, melhora na percepção de que a política tarifária norte-americana pode se abrandar reduz tensões com o comércio internacional.
Domesticamente, a expectativa de manutenção da Selic em 15% na reunião do Copom desta quarta-feira (5) sustenta o otimismo. A temporada de resultados do terceiro trimestre traz catalisadores específicos para diversos papéis, com ajustes de consenso e revisões de lucros. Esse pano de fundo favorece setores cíclicos e empresas sensíveis a juros.
Projeções de casas globais foram revistas. O JPMorgan projeta o Ibovespa em 155 mil pontos até dezembro, enquanto a Santander Corretora estima 160 mil pontos, ancoradas em três pilares: desaceleração inflacionária no Brasil, perspectiva de cortes de juros nos EUA e menor pressão tarifária norte-americana. Esses vetores reforçam fluxos para emergentes.
A XP adota visão ainda mais otimista e vê o Ibovespa em 170 mil pontos até 2026, caso se confirmem queda de juros externa, inflação sob controle e avanço de reformas domésticas. Para o investidor, o momento pede seleção criteriosa de setores, atenção a balanços e disciplina de risco, diante de possíveis realizações após fortes altas.