A Magazine Luiza reportou lucro líquido ajustado de R$ 21,2 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma retração de 69,8% frente ao ano anterior.
Apesar do recuo expressivo, o resultado ficou em linha com o consenso e surpreendeu positivamente no lucro, impulsionando as ações nesta sexta-feira (7), mesmo com o Ibovespa em baixa. O desempenho reforça a resiliência operacional em um ambiente ainda desafiador para o varejo.
O Ebitda ajustado somou R$ 711,4 milhões, praticamente estável ante os R$ 717,6 milhões do 3T23, com margem de 8,9%. A receita bruta alcançou R$ 11,3 bilhões, alta de 1,4%, enquanto a receita líquida foi de R$ 9,02 bilhões. Esses números indicam controle de custos e preservação de margens, ainda que o ritmo de vendas digitais tenha desacelerado em relação a trimestres anteriores.
Segundo o Santander, os dados foram fracos, porém dentro do esperado, com destaque para o lucro líquido acima do consenso em R$ 30 milhões. O banco atribuiu a surpresa a menores despesas financeiras e a efeitos tributários favoráveis. A instituição também apontou disciplina financeira, sinalizando foco na eficiência operacional e preservação de caixa.
O Itaú BBA avaliou os resultados como alinhados às projeções, mas alertou para a pressão dos juros elevados sobre os indicadores, especialmente no custo de financiamento e no consumo. Para o banco, a dinâmica macro ainda impõe desafios à expansão de vendas, o que exige prudência na leitura do curto prazo.
Já o BTG Pactual manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 14, reconhecendo fraqueza nas operações físicas, mas enfatizando tendências saudáveis de rentabilidade e geração de caixa nos últimos trimestres. Na visão do BTG, a continuidade dessa trajetória pode sustentar a reprecificação das ações, desde que a companhia avance em iniciativas de eficiência e mix de canais.
Em síntese, a Magazine Luiza exibiu resultados mistos: queda acentuada do lucro, mas acima do consenso, Ebitda estável e receitas ligeiramente maiores.
A combinação de disciplina financeira, ajustes tributários e foco em rentabilidade sustenta a tese de recuperação gradual, embora a sensibilidade a juros e o desempenho das lojas físicas permaneçam como pontos de atenção para o investidor.
