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Safra projeta quantos pontos Ibovespa deve atingir até 2026

Safra projeta quantos pontos Ibovespa deve atingir até 2026
Ibovespa Hoje - Foto: Pexels

O Ibovespa pode alcançar 198 mil pontos até o fim de 2026, segundo projeção do Banco Safra divulgada em relatório recente. A leitura parte de um cenário-base para a bolsa brasileira, que combina avanço de lucros, melhora do prêmio de risco e continuidade do ciclo de flexibilização monetária. Para o banco, a trajetória dependerá de disciplina fiscal e de um ambiente externo mais benigno ao fluxo para emergentes.

O documento detalha premissas macroeconômicas e setoriais que embasam a projeção. Entre elas estão o início e a manutenção do corte de juros no Brasil, normalização gradual das expectativas de inflação e fortalecimento moderado da atividade. Em paralelo, uma dinâmica global de dólar menos forte e condições financeiras mais estáveis ajudaria a sustentar múltiplos de valuation.

Em 2025, o Ibovespa acumula alta superior a 32%, tendo superado os 158 mil pontos no fim de novembro. Esse desempenho recente reforça a leitura do Safra sobre a tendência de recuperação dos ativos locais, impulsionada por resultados corporativos mais resilientes e pela compressão das taxas de desconto. Ainda assim, o banco mantém postura seletiva, priorizando qualidade de balanços e geração de caixa.

Cenários alternativos também são apresentados. Em um quadro mais favorável, com Selic caindo além do esperado, aceleração dos investimentos e fortalecimento fiscal, o índice poderia avançar para níveis acima do base. Já em hipótese adversa, com aperto das condições financeiras e frustração de reformas, a pontuação ficaria aquém do projetado. O banco sugere que a diversificação e a proteção de portfólio são essenciais.

Mesmo com viés construtivo, o Banco Safra faz alertas relevantes. O ciclo eleitoral de 2026 tende a elevar a volatilidade, especialmente diante de incertezas sobre a política fiscal e a condução econômica. A instituição lembra, porém, que historicamente o mercado se reequilibra no pós-eleição, à medida que diretrizes ficam mais claras e os investidores reavaliam prêmios de risco.

Por fim, a dinâmica dos juros segue central. O Safra avalia que cortes da taxa Selic favorecem o mercado acionário, reduzindo custo de capital e sustentando múltiplos; contudo, o ritmo dependerá do comportamento da inflação, da ancoragem das expectativas e da credibilidade fiscal, fatores que podem acelerar ou frear a precificação do rali.

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