
A análise dos dados de produção da Vale (VALE3) revela crescimento na geração de minério de ferro, cobre e níquel, reforçando a estratégia de ajuste no portfólio.
No segundo trimestre de 2025, a siderúrgica brasileira registrou produção de 83,6 milhões de toneladas de minério de ferro, um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Apesar da alta na produção, as vendas de minério recuaram 3%, totalizando 77,3 milhões de toneladas, refletindo uma movimentação de estoques e ajustes logísticos, conforme apontam análises de mercado.
O relatório, divulgado nesta terça-feira (22), também evidenciou uma estratégia de priorização de produtos de teor médio, com redução de 16% nos embarques de pelotas comparado ao ano anterior.
Essa decisão está alinhada à busca da Vale por otimizar seu portfólio, indicam análises do BTG Pactual, que também destacaram que os embarques totais ficaram 2% acima das expectativas do mercado, mesmo com a diminuição nas exportações de pelotas.
O setor de metais básicos apresentou avanços significativos, com a produção de cobre crescendo 18%, atingindo 92,6 mil toneladas, sobretudo nas operações do Brasil e Canadá. As vendas de cobre chegaram a 89 mil toneladas, com preço médio de US$ 8.985 por tonelada.
No segmento de níquel, a produção consolidou um avanço de 44%, totalizando 40,3 mil toneladas, enquanto as vendas ultrapassaram 41,4 mil toneladas, com preço médio de US$ 15.800 por tonelada.
Essas melhorias indicam uma estratégia focada na reposição de estoques e na otimização de portfólio, segundo o Itaú BBA, que ainda destacou uma redução no prêmio de qualidade all-in de US$ 1,8 para US$ 1,1 por tonelada entre os trimestres.
Apesar do crescimento na produção, o cenário macroeconômico, especialmente na China, continua a influenciar as expectativas do mercado. Conforme divulgado pelos analistas, os fundamentos do minério de ferro permanecem pressionados, influenciando a recomendação de manutenção de postura neutra para as ações da Vale, segundo o BTG e o Itaú BBA.
Ambas as instituições mantêm o preço-alvo de US$ 11,00 e US$ 13,00, respectivamente, para os papéis negociados em ADRs, refletindo potencial de valorização de até 25,4%.
Investidores atentos às perspectivas da Vale devem considerar que os fatores macroeconômicos continuam a impactar o desempenho do ativo, embora as operações estejam focadas em ajustes estratégicos de produção e portfólio.
A indicação permanece neutra, com recomendação de cautela enquanto o balanço do trimestre será publicado em 31 de julho. Cabe destacar que esta análise não constitui uma recomendação de compra ou venda das ações da Vale.